Банкир-анархист и другие рассказы | страница 87



Foi por isto, senhor juiz e senhores jurados que eu matei o meu marido.

Fábulas para as Nações Jovens

O segredo de Roma

Quando César chegou tarde ao fim do campo de………, ergueram rápidos perante ele a cabeça de Pompeu. César abriu em lágrimas, e os que estavam pasmaram. O que erguera a cabeça baixou-a um pouco; estava atónito, e além disso ela pesava, porque ele a erguera a braço largo.

— Assim, que vale uma vitória? — perguntou César.

— É certo — respondeu o que o seguia, pois não sabia que dizer.

E César continuou: «Foi meu amigo, meu companheiro, era romano e soldado…»

E depois disse: «Cheguei tarde…»

O companheiro esboçou um gesto sem nada, e César voltou as costas curvas de dor.

«Cheguei tarde», repetiu. «Quería tê-lo eu matado com minhas mãos».

Moralidade:

Cuidado com as lágrimas, quando são estadistas os que as choram.

O Saraiva ou o Saraiva e as meninas

Havia em tempos, no Porto, um rapaz estudante, vindo das províncias do Norte, chamado Saraiva. Este rapaz tornara-se notável entre os companheiros pela certeza da própria perspicácia e a sua igual certeza de seus talentos de declamador. A cada frase, por simples que fosse, que lhe parecesse envolver uma mentira, tomava a mentira como dirigida inutilmente contra a rocha da sua esperteza; e, levando o indicador direito à pálpebra do olho direito, descia-a, no gesto dos álacres, e dizia ao interlocutor, em aviso e ameaça alegre: «Eu sou o Saraiva!» E o outro ficava sabendo que o não conseguirá enganar. O indicador erguia-se livre.

Esta ciência certa, considerada pelos outros rapazes como ridícula em si mesma, levou-os a combinar, servindose da preocupação que o Saraiva tinha de declamador, uma cena cómica, destinada a, de vez, pôr o Saraiva em salmoura social. Sabendo o horror do ridículo que estava latente naquela constante preocupação de que não era enganado, combinaram com várias raparigas das suas relações, de boas famílias e condição decentíssima, uma sessão em casa dos pais de umas délas, para a qual convidaram o Saraiva para declamar. E estava combinado que, apresentado o Saraiva e convidado a mostrar seus dotes de declamador, eles fossem, por fim, reconhecidos com uma gargalhada geral. Desta, fixaram bem, o Saraiva se não escaparia, e ficariam pagos de tanta irritação de certeza.

Expuseram ao Saraiva que havia várias senhoras que gostariam de o ouvir declamar, pois lhes constara o que valia na matéria, e com ele estabeleceram que o apresentariam em casa dessas senhoras, podendo ele aparecer em tal noite, e a tais horas.